Música na Igreja: Assunto para Leigos?
“Então eles (os anciãos e os escribas), vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.” (Atos 4:13 ARC).
Vemos que há no mundo um conceito de que tudo que formos fazer devemos primeiro consultar um mestre no assunto, isso para não se correr riscos. Na área médica, por exemplo, vemos um especialista para cada parte do corpo, e assim em todos os segmentos científicos. Enfim, existe especialista pra tudo. Talvez seja por isso que alguns querem aplicar esta idéia na igreja. Porém, como podemos ver nos textos sagrados, nem sempre foi assim que as coisas funcionaram.
Não quero ser mal interpretado, não pensem que sou contra o consultar um especialista, pois entre um doutor e um leigo, é preferível um doutor. Isso logicamente em se tratando de médicos, engenheiros, professores, etc.
Na igreja a coisa funciona diferente. Quando Jesus escolheu os doze, vemos algo muito interessante: “Para a tarefa de levar avante Sua obra, Cristo não escolheu os doutos ou eloquentes do Sinédrio judaico ou do poder de Roma. Passando por alto os ensinadores judaicos cheios de justiça própria, o Mestre por excelência escolheu homens humildes, iletrados, para proclamarem as verdades que deviam abalar o mundo.” (A.A. p. 17).
Jesus contrariou as regras do seu tempo, Ele “escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar os fortes” (I Cor. 1:27). Ele “escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são para reduzir a nada as que são”. (verso 28). E de fato essa atitude contrariou mesmo muitos mestres da Sua época.
E assim como no passado, muitos hoje na igreja se mostram descontentes e procuram desprezar alguns menos letrados que se levantam na igreja para se meter em assuntos religiosos. Isso simplesmente porque estes são considerados “inferiores” e por serem menos graduados; e porque apresentam às vezes pontos de vista que contrariam os de alguns mestres e doutores.
Mas veja o que nos diz sobre isso o Testemunho do Espírito: “Vemos aqui que nem sempre devem os homens em autoridade ser obedecidos, ainda mesmo que professem ser mestres da doutrina bíblica. Muitos há hoje em dia que ficam indignados e ofendidos de que alguma voz se levante apresentando idéias que divergem das suas com relação a pontos de crença religiosa. Não têm eles há muito advogado que suas idéias são verdadeiras? Assim raciocinavam os sacerdotes e rabis nos dias apostólicos: Que querem dizer esses homens iletrados, alguns deles simples pescadores, que apresentam idéias contrárias às doutrinas que os letrados sacerdotes e autoridades estão ensinando ao povo? Não têm eles direito de se intrometer com os princípios fundamentais de nossa fé.” (T.M. p. 69).
Mas aqueles que se julgavam mestres da religião e que se diziam os únicos aptos a interpretar as escrituras ficaram de fora. “Deus realizará uma obra em nosso tempo que poucos esperam. Ele suscitará e exaltará entre nós os que são mais preparados pela unção de Seu Espírito, do que pelo preparo exterior de instituições científicas. Estes meios não devem ser desprezados ou condenados; eles são ordenados por Deus, mas só podem fornecer as habilitações exteriores. Deus mostrará que não depende de seres humanos instruídos e cheios de si”. (T.P.I. vol. 5, p. 82).
O segredo não está no quanto eu estou cheio de títulos ou diplomas, mas no quanto eu estou vazio de mim! “Mas com os humildes está a sabedoria.” (Prov. 11:2).
“Os sábios serão envergonhados ... eis que rejeitaram a Palavra do SENHOR, que sabedoria é essa que eles que eles têm? (Jer. 8:9).
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